This publication accompanies the exhibition Álvaro Lapa, which was divided into two parts: Paisagísticas [Landscapes] at Galerias Municipais – Pavilhão Branco; and Obras-Com-Palavras [Works-With-Words] at the Pavilhão Preto of Museu da Cidade. The exhibition was on view between November 25, 2006 and January 28, 2007. Under the curatorship of João Pinharanda, the exhibition received support from the EDP Foundation following the award of the EDP Grand Prize to Álvaro Lapa in 2004. The publication consists of a box set with three volumes: Textos [Texts], featuring institutional and introductory texts by Francisco de La Fuente Sanchéz and António Martins Soares, a text by curator João Pinharanda, and a collection of texts by Álvaro Lapa, which were written between 1964 and 2006. This volume also contains a list of individual and group exhibitions that the artist contributed to throughout his artistic career and a bibliographical list of all the texts he has published and essays that other authors have written about his work up to 2006. The other two volumes feature reproductions of the works exhibited in each of the exhibition nuclei, Paisagísticas [Landscapes] and Obras-Com-Palavras [Works-With-Words].
“Pela sua dupla génese temos uma exposição-testemunho e um catálogo-homenagem ambos dedicados a uma obra absorvente de matéria e espírito, uma obra feita por alguém / para alguém que saiba exactamente como referir-se à impossibilidade de ser exacto, que geria em tensão permanente os limites entre ser exclusivo e exclusor, entre ser inclusivo e inclusor no seu mundo (de escritor-pintor) do mundo Natural (as paisagens abertas do campo e do mar) e do mundo Cultural (a pintura e a escrita dos que escreviam e pintavam em dimensões compatíveis com a sua – do Zen à Geração Beat), alguém que sabia, com a clarividência dos que conhecem o fundo da obscuridade, gerir os limites éticos e físicos, quer da marginalidade quer da consagração.”
-João Lima Pinharanda
“A capacidade crítica da montagem resulta da «estranheza» aparente dos seus materiais. Uma vez reconhecidos, estes derivam pitorescamente para o Kitsch e a heteronomia. Se, por um lado, são reconhecidos apenas como inassimiláveis o conteúdo é omitido a favor de uma harmonização menos ou mais voluntária. Um pseudo sentido recupera a autenticidade técnica em favor de um dépaysement esteticista. As obras que utilizam a montagem devem sujeitar-se à ineficácia ou à inatenção. Legíveis serão, porém, as que transmitirem nos seus materiais o seu processo. Essa será a função autocrítica que as institui como «obra aberta» no sentido intelectivo de se apresentarem como um processo, um percurso. Tais obras decorrerão de sua apreensão, eliminando estrategicamente o efeito póstumo da utilização ou da omissão. Falarão no sentido que excitarem, junto ao monólogo.”
-Álvaro Lapa [1977]
[Interested readers are advised that the texts present in this publication are in Portuguese only]