– 27.02.2022
* Filipe André Alves, Hugo Canoilas, Clothilde, Vasco Futscher, Sophia Hörmann, Fernando Mesquita, Thea Möller, Nikolai Nekh, Sofia Montanha, Pedro Diniz Reis, Maddison Rowe, Andreia Santana e Anna Schachinger
Abertura – Sábado, 27.11
15h – Galeria Quadrum
My body, this paper, this fire
performance de Pedro Barateiro
com João dos Santos Martins
17h – Galeria Avenida da Índia
Nós Não Estamos Algures
leitura de poesia
Ernesto de Sousa (1921-1988) foi uma figura multifacetada e muito importante da vanguarda portuguesa, artista, poeta, crítico, curador, editor, cineasta e promotor de ideias e expressões artísticas experimentais. Esta exposição, organizada por ocasião do centenário do nascimento de Ernesto de Sousa, pretende prestar homenagem à sua abordagem caleidoscópica da arte através de um diálogo intergeracional e trans-histórico com a sua obra e os seus arquivos.
Refletindo sobre questões como a hierarquia, a autoria e a complexidade de enquadrar, encapsular ou dividir as múltiplas e complementares práticas de Ernesto de Sousa – cujo lema «O Teu Corpo é O Meu Corpo, O Meu Corpo é O Teu Corpo» funciona como manifesto poético –, esta exposição apresenta os diferentes aspetos da sua obra (visual, poética e teórica) e a sua extraordinária capacidade de criação de conceitos. As obras, os arquivos e os textos serão objeto de releituras, aliterações, deslocações e ativações realizadas por meio de intervenções pontuais de artistas contemporâneos portugueses e internacionais na qualidade de diversos «operadores estéticos».
O projeto revisita a primeira exposição individual que o artista realizou em Portugal, na Galeria Quadrum, em 1978 – A Tradição como Aventura, apresentada há 43 anos neste mesmo local –, bem como uma seleção de obras e projetos interativos, coletivos e curatoriais realizados entre as décadas de 1960 e 80 e apresentados agora no espaço da Galeria Avenida da Índia. Esta exposição dupla convoca noções-chave do pensamento simpoiético, não linear e aximorónico de Ernesto de Sousa, bem como as suas contranarrativas de oposição aos dualismos do pensamento e do ser, refletindo inúmeras preocupações contemporâneas relacionadas com noções de pluriversalidade e imaginário descolonial.
O passado como experiência do futuro (A Tradição como Aventura), a questão do género e dos binarismos (Changement de genre), a relação com a imagem fotográfica e com o texto (numa polifonia de linguagens), as noções de erotismo e de revolução como forças dissidentes e transgressivas (Revolution My Body), bem como um interesse pela periferia, a oralidade e a estética do fragmento são elementos da obra de Ernesto de Sousa que revelam a sua conceção do mundo: aberta, crítica e inovadora.
Tomando como inspiração o subtítulo da obra coletiva de técnica mista Nós Não Estamos Algures, Exercícios sobre a poesia comunicação, apresentada no Clube de Teatro de Algés em dezembro de 1969, o título e o formato desta exposição visam desafiar a habitual dinâmica e linearidade da exposição retrospetiva e monográfica. Num exercício transformativo e anacrónico, obras de arte, documentos, peças sonoras, textos, leituras, performances e filmes são apresentados em analogia com a produção labiríntica de Ernesto de Sousa, oferecendo uma experiência convivial, liminar e inclusiva: “O encontro e o conhecimento mútuo, a procura de um consenso”1
1 Ernesto de Sousa, no Comunicado da exposição Alternativa Zero de 1977.
Descarregue aqui a Folha de Sala para Crianças da Galeria Quadrum.
Descarregue aqui a Folha de Sala para Crianças da Galeria Avenida da Índia.
– 27.02.2022