Para a finissage da exposição Um estranho aqui cheguei e durante o Lisbon Art Weekend, as Galerias Municipais anunciam uma conversa com José Gil. José Gil também contribuiu com um texto para a publicação da exposição:
“As peças de Conefrey entram em contraponto com as de Calapez, graças à montagem de Sérgio Fazenda Rodrigues. Visa-se a complexidade maior: o visitante participa na «coreografia» preparada pelo curador. Em cada sala, o seu percurso vai dos quadros «envolventes» de Calapez às pequenas peças de Conefrey, dispostas a diferentes alturas do chão. Passa-se da unidade visível (mas pluralidade virtual) das telas de Calapez à multiplicidade real de Conefrey, sendo o próprio corpo do visitante o tradutor deste vaivém. Quando dois olhares se cruzam num terceiro, o fundo obscuro difracta-se em muitas imagens: a viagem multiplica os caminhos.”
José Gil é Investigador Sénior na Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, onde leccionou Estética, Filosofia da Arte e Filosofia Moderna e Contemporânea. É autor de vários livros sobre filosofia do corpo (Metamorfoses do corpo, Relógio d’Agua, 1997; publ. Em francês, Ed. De la Différence, 1985; ed. Inglês, Univ. Of Minnesota Press, 1998), Monstros , Rel. D’Ag., 2006; Ed. Italiano: Besa Editrice, 2000), sobre a poética de Fernando Pessoa (Fernando Pessoa e a Metafísica das Sensações, Rel. D’Ag., 1987; ed. Francês: La Différence, 1989), O Espaço Interior, Presença, 1994, Diferença e Negação da Poesia de Fernando Pessoa, Rel. d’Ag., 1999; Brasil ed: Relume Dumará, 2000), sobre estética da dança (Movimento total, Rel. D’Ag., 2001; Braz. Ed.: Relume Dumará, 2003), sobre estética e filosofia da Arte (“Sem título”, Rel. d’Ag., 2005; (com Ana Godinho) O Humor e a lógica dos objetos de Duchamp, Rel. d’Ag. / IFl, 2011, e sobre a filosofia de Deleuze (O imperceptível devir da Imanência, Rel. D’Ag., 2008). Atualmente, o seu trabalho está focado em problemas estéticos e nos requisitos ontológicos para uma filosofia do corpo.
