Dom Roberto
De Ernesto de Sousa
com Raul Solnado, Glicínia Quartin
Portugal, 1962 – 102 min | M/12
Projeção da nova cópia restaurada de Dom Roberto precedida de apresentação de diapositivos comentada por Salomé Lamas.
Ernesto de Sousa foi um ávido produtor de sinergias e um prolífico artista multidisciplinar. Promoveu uma expressão artística experimental e livre, dedicando-se ao estudo, promoção e prática artística, bem como à curadoria, crítica e redação de ensaios, fotografia, cinema e teatro. Publicou extensivamente em revistas e jornais desde a década de 1940, e a sua crítica foi fundamental para encorajar as práticas artísticas experimentais em Portugal. O seu forte envolvimento no movimento da sociedade cinematográfica, que fundou em Portugal, foi um importante contributo para a eclosão do “Novo Cinema” anunciado pela sua única longa-metragem, Dom Roberto (1962), premiada duas vezes no Festival de Cannes, em 1963.
No espírito de Ernesto de Sousa, Salomé Lamas adota, com a colaboração de Isabel Alves, do arquivo do CEMES – Centro de Estudos Multidisciplinares Ernesto de Sousa uma seleção de textos que vão desde correspondência, artigos, críticas, ensaios, guiões e outros, enquadrando a intervenção sociopolítica do artista na criação, produção e distribuição de imagem em movimento com a exibição de diapositivos das filmagens de Dom Roberto em 1958 – 1962 nos quais Ernesto interveio no final da sua vida.
A exibição de Dom Roberto na Cinemateca Portuguesa será introduzida pela curadora Lilou Vidal e a apresentação dos diapositivos comentada por Salomé Lamas; será seguida de uma discussão aberta em torno da realização do filme e das suas políticas de produção moderada por Joana Ascensão.
A apresentação integra a exposição Ernesto de Sousa, Exercícios de Comunicação Poética com Outros Operadores Estéticos comissariada por Lilou Vidal nas Galerias Municipais de Lisboa – Galeria Avenida da Índia e Galeria Quadrum – (27 de novembro 2021 – 27 de novembro 2022).