Performance
Nádia Yracema
Sobre a casa ( mar ) lar.
Uma ode às coroas que nos nutrem cada vez que entramos no mar. A casa enquanto água. Possibilidade. Movimento.
Resgate de vozes que não se perderam na imensidão do mar. Vozes de ontem, hoje, aqui e agora. Carregadas de sal. Flutuando, ilhas sem fim.
Nádia Yracema nasceu em Luanda, Angola. Iniciou a sua formação na Universidade Teatro, TEUC, onde terminou o curso de formação em 2007-2008. Ao mesmo tempo, frequentou uma licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra. Em 2012 entra na ESTC/ Ramo de Atores. Após completar a sua formação académica, trabalhou como atriz de teatro, com realizadores nacionais e internacionais. É participante ativa em vários organismos sociais que promovem o trabalho colaborativo nas áreas do cinema, teatro e performance. Em 2018 junta-se ao projeto internacional École de Maîtres.
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Memoria, Identidade e Representação – A Presença Negra em Portugal
Conversa com Sónia Vaz Borges e Cristina Roldão
Conversa entre as duas investigadoras com base no seu trabalho historiográfico e experiência biográfica em Portugal. Cristina Roldão irá destacar o seu trabalho sobre o movimento negro no início do século XX, enquanto Sónia Vaz Borges destacará o seu trabalho sobre a próxima geração, sobre os movimentos de libertação, PAIGC. Ambas irão discutir as suas próprias experiências no período pós-independência até ao presente, e darão um relato da longa história da presença negra e da resistência em Portugal (tempo profundo) e os seus desafios e cenários futuros (miragens). Filhas da alvorada do Portugal pós-colonial, refletem sobre a sua autobiografia no quadro de uma história negra secular silenciada. Uma conversa para combater o esquecimento, como quem tece memórias e utopias de um tempo longo para poder sonhar outros futuros.
Cristina Roldão é socióloga, professora convidada na ESE-IPS e investigadora no CIES-IUL. As desigualdades sociais na escola são o seu principal campo de investigação, com particular atenção nos processos de exclusão e racismo institucional que afectam pessoas afrodescendentes na sociedade portuguesa. Estas questões foram abordadas na sua tese de doutoramento e na investigação recente da qual fez parte, como por exemplo “African School Pathways for Young People (PALOP) Accessing Higher Education” (2015). Foi membro da secção de coordenação das Aulas, Desigualdades e Políticas Públicas da Associação Portuguesa de Sociologia. Para além do espaço académico stricto sensu, participou na avaliação externa de programas como o Programa Escolhas (2006/07) e os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (2010/11); em estudos prospectivos como o projecto ” Impacts of the Reduction of the Number of Students / Class” (2017); foi membro da equipa inicial do Observatório dos Percursos dos Estudantes do Ensino Secundário (2006/09); e participou no debate público sobre racismo e desigualdades étnico-raciais na sociedade portuguesa.
Sónia Vaz Borges é uma historiadora interdisciplinar militante, organizadora social e política. É Licenciada em História Moderna e Contemporânea, Política e Assuntos Internacionais pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, e Mestre em História Africana pela Faculdade de Humanidades da Universidade de Lisboa. Recebeu o seu doutoramento em Filosofia pela Universidade Humboldt de Berlim, e um pós-doutoramento pelo Center for Place, Culture and Politics (CPCP) na Graduate Center City University of New York. É também editora das brochuras “Cadernos Consciência e Resistência Negra” (2007-2011) e autora do livro “Na Pó di Spéra. Percursos nos Bairros da Estrada Militar, Santa Filomena e Encosta Nascente” (2014). Juntamente com a cineasta Filipa César, Sónia Vaz Borges foi co-autora da curta-metragem “Navigating the Pilot School” (2016). Sónia Vaz Borges vive em Berlim e é investigadora na Universidade Humboldt de Berlim, e está atualmente a trabalhar num novo projeto e num segundo filme em conjunto com Filipa César.
16h-17h30 - Conversa