Catálogo que documenta a exposição Potência e Adversidade: Arte da América Latina nas Coleções em Portugal, com a curadoria de Marta Mestre, dividida entre o Pavilhão Branco (Galerias Municipais de Lisboa) e o Pavilhão Preto (Museu de Lisboa), e que esteve patente entre 12 de novembro de 2017 e 7 de janeiro de 2018. Para além da documentação fotográfica das obras expostas em ambos os núcleos expositivos, contém textos de enquadramento da iniciativa de Catarina Vaz Pinto, Joana Gomes Cardoso e António Pinto Ribeiro, um ensaio da curadora Marta Mestre, um texto de Cildo Meireles e um poema-manifesto de Pedro Barateiro.
“Ao diálogo proposto pelo coordenador geral da programação no âmbito da Capital Ibero-americana de Cultura de 2017, António Pinto Ribeiro, juntou-se o olhar da curadora da exposição, Marta Mestre, que selecionou mais de 80 obras de artistas de diferentes países para apresentar a multiplicidade de caminhos formulados e as diferentes visões artísticas sobre as realidades sociais e políticas de finais do século XX, maradas por muitos governos repressivos.”
– Catarina Vaz Pinto
“A exposição Potência e Adversidade – Arte da América Latina nas Coleções em Portugal torna também acessível ao grande público coleções particulares, até aqui desconhecidas, fomentando novas zonas de cooperação interinstitucional e de partilha de memória comum.”
– Joana Gomes Cardoso
“A selecção define também o gosto dos coleccionadores, os seus conhecimentos ou desconhecimentos sobre a criação artística nas cidades envolvidas, a curta história da relação entre as instituições portuguesas e latino-americanas, no que às artes dizem respeito e, até, se pode afirmar que, a partir desta exposição, se pode fazer uma história das mentalidades.”
– António Pinto Ribeiro
“Neste contexto, o primeiro cuidado da curadoria consistiu em ressaltar um ângulo histórico que ainda passa à margem das narrativas mais institucionalizadas sobre a América Latina em Portugal. Afasta-se da problemática do “multiculturalismo” e da “interculturalidade”, e procura recentrar o debate a partir das relações entre arte e política dos denominados “conceitualismos do Sul” e seus desdobramentos hoje.”
– Marta Mestre
“Quero algum dia que cada trabalho seja visto não como um objeto de elucubrações esterilizadas, mas como marcos, como recordações e evocações de conquistas reais e visíveis. E que quando ouvirem a história desse oeste estejam ouvindo lendas e fábulas fantásticas. Porque o povo cuja história são lendas e fábulas é um povo feliz.”
– Cildo Meireles
“This story happened in a country that only sees itself in the dark. It is for this reason that the country isn’t indicated on geographical maps: because one can’t see maps in the dark. In this country, they live with their eyes closed in the midst of magical precipices.”
– Pedro Barateiro