Esta publicação acompanha a exposição Redes, colaboração e resistência em/entre Portugal e Brasil, 1962-1982, concebida em colaboração com John Young Museum of Art/University of Hawai’i at Mãnoa e patente na Galeria da Avenida da Índia entre 26 de junho e 5 de setembro de 2021. Editada por Maika Pollack, contém documentação fotográfica das obras expostas, textos de Tobi Maier e Maika Pollack, e um ensaio de Rui Torres.
“Os temas encontram-se agrupados em torno de #resistência && #método, bem como #colaboração && #apropriação e #rede && #investigação. Seguindo esta narrativa, o público da exposição e os leitores desta publicação são convocados a entrar no abundante universo da arte de vanguarda, poesia visual, concreta e experimental, e os múltiplos significantes que continuam a ressoar com a vida contemporânea e nas suas linguagens visuais.”
-Tobi Maier
“Na presente exposição, a obra de Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Ana Hatherly e E. M. de Melo e Castro manifesta resistência política contra governos opressivos e políticas coloniais do Brasil e de Portugal durante as décadas de 1960 e 1970, desde a Revolução dos Cravos em Portugal até aos Anos de Chumbo no Brasil. (…) Encontramos, por fim, um modelo que nos permite imaginar a obra através de um novo enquadramento: não através da lente teleológica da história, ou de um quadro de origem nacional, mas através de um conjunto conceptual de categorias que nos orienta para que encontremos novas relações entre as publicações.”
-Maika Pollack
“#apropriação diz respeito a formas intersemióticas que exploram e problematizam a performatividade normativa dos instrumentos e materiais. Reprodução e remediação estão combinadas nestas ações multidisciplinares, ampliando os poemas para integrar escrita, música e imagem. Os diferentes sistemas de significação são apropriados e a sua materialidade é interrompida, dissolvendo fronteiras entre géneros. Isto sugere uma hibridização e intermedialidade, incorporando também tradução, diálogo e adaptação. Formas burocráticas, imagens da imprensa convencional, e estruturas e formas emanadas de mecanismos regulatórios são capturadas e transformadas.”
-Rui Torres