Esta exposição é constituída por seis pinturas de Michael Biberstein, quatro esculturas de Rui Sanches e, de forma inédita, uma obra feita em colaboração pelos dois artistas.
O género da paisagem tem estado, há muito tempo, no centro do trabalho de Biberstein. As suas pinturas têm explorado o sentido de espaço – associado com a relação do Homem com o ambiente natural -, informadas pela tradição da pintura de paisagem, nas culturas ocidentais e orientais.
Aqui as obras de Biberstein aparecem-nos particularmente atmosféricas, mas mantendo uma muito peculiar tensão entre o(s) espaço(s) revelado(s) e a materialidade do pigmento na superfície da tela de linho.
Rui Sanches tem vindo a apresentar, nas suas obras recentes, construções em madeira em conjunto com outros materiais, onde são utilizados diversos processos de obter formas tridimensionais. Essas peças têm normalmente referências mais ou menos explícitas a géneros tradicionais da arte ocidental: retrato, paisagem, natureza-morta. Habitualmente as referências aos vários géneros aparecem-nos misturadas, tornando-se difícil decidir qual prevalece num determinado momento.
Nestas peças Sanches dá maior ênfase às referências paisagísticas, entendendo a paisagem como construção, onde a memória e a ficção têm um papel muito importante.
A peça feita em colaboração, que tem o título da exposição, Aqui e além, é, no fundo, um dispositivo/refúgio para ver uma paisagem que é uma pintura. Nesta obra somos levados a questionar a relação entre arte e realidade e os limites e intersecções de cada uma destas categorias.