– 28.02.2021
Sábado e domingo: 10h-12h
Os seres humanos podem ser manipulados. Sabemos que isso é verdade já há muito tempo. Mas o alcance, métodos e implicações desse conhecimento tomaram recentemente um rumo diferente: já não basta, por exemplo, que o leitor de um artigo de jornal esteja consciente das possíveis intenções por trás das palavras e entrelinhas do artigo que lê. Muito para além disso, hoje há supercomputadores com poder computacional inimaginável, programados com algoritmos complexos que estão prontos para explorar individualmente cada possível fissura emocional, cada tendência psicológica e outras características específicas de todos e cada um de nós. Se detetarem alguma vulnerabilidade sua, é por aí que vão atacar e tentar destroçá-lo – eventualmente. As esculturas e filmes de Roberto Winter examinam a nossa capacidade de distinguir entre ficção e realidade e de tolerar as consequências das interações que ocorrem no domínio digital e são trazidas à nossa existência psicológica e corporal.
Por ocasião da exposição Roberto Winter Dopamine fast – Mínimo global, nas Galerias Municipais, será publicada uma monografia do artista. O volume apresenta contribuições de Caroline Campbell, Denis Maksimov, Roberto Winter e Júlia Ayerbe, além de um prefácio de Tobi Maier. A publicação apresenta ilustrações da obra do artista, é editada por Júlia Ayerbe e desenhada por Yusuf Etiman.
Roberto Winter (1983) vive em Berlim. Possui bacharelado em Física pela Universidade de São Paulo e há cerca de uma década que atua como artista. Já realizou exposições individuais (como “Default” na galeria Mendes Wood DM, em 2017), esteve em residências (como a da Academia de Belas Artes de Viena, em 2018), participou em exposições coletivas (como “Avenida Paulista” no MASP, em 2017) e mostras de cinema (como a “VII Semana dos Realizadores” no Rio de Janeiro, em 2015; “70º Festival de Cinema de Berlim”, em 2020), fez palestras e seminários (como “A case study” no a.pass, Bruxelas, em 2019), curou mostras (como “À sombra do futuro” no Instituto Cervantes de São Paulo, em 2010) e ciclos de seminários (como “1111001” em diferentes espaços em São Paulo, entre 2014 e 2015) e editou a revista “Dazibao”.
Filmes da exposição disponíveis online:
“Distopia – Nem artificial, nem inteligente”, 2020, 45min, vídeo, cor, áudio em dois canais.
“Bandeira de conveniência”, 2020, 30min, vídeo, cor, áudio em dois canais.
– 28.02.2021
Sábado e domingo: 10h-12h