Apresentação de Teatro de Sombras por Francisco Tropa, esta quarta-feira, 21 de setembro, às 22h, no Torreão Nascente da Cordoaria, integrada na exposição Sombras, Máscaras e Títeres da coleção do Museu da Marioneta.
A história da Gata Borralheira na versão de Robert Walser é a base de trabalho de Francisco Tropa, que utilizou marionetas de sombra da China e da Indonésia (Bali e Java) para a produção do seu filme.
No teatro de sombras tradicional, as silhuetas são movimentadas atrás de uma tela, iluminada por uma candeia de azeite. Na Indonésia, o manipulador é chamado de dalang e tem um papel essencial no espetáculo: é ao mesmo tempo ator, encenador e maestro. Enquanto faz movimentar e contracenar as personagens, recita o longo texto e dirige o gamelão (instrumento e orquestra composto de gongos e taças), que dá ritmo a toda a história.
As figuras são recortadas em pele de animal e pintadas com pigmentos naturais. No caso das marionetas chinesas, as cabeças podem destacar-se dos corpos e são elas que indicam a personagem.
Mas as diferenças encontram-se principalmente nos reportórios dos espetáculos: enquanto na China os espetáculos assentam em óperas ou contos tradicionais, na Indonésia o reportório centra-se nos poemas épicos Ramayana ou Mahabarata, sendo ainda introduzidos temas de carácter religioso ou moral.
Excelentes veículos de histórias e transmissão oral de usos e costumes, as marionetas de sombra são consideradas os primórdios do cinema, tendo com ele em comum a imagem projetada na tela por meio de um foco de luz.