Catálogo que acompanhou a exposição de pintura e desenho da artista Maria Capelo, patente na Galeria Municipal Pavilhão Branco, entre 9 de fevereiro e 28 de abril de 2019. Esta publicação reúne textos de João Pinharanda, Jurriaan Benshop e Tobi Maier.
“A obras de Maria Capelo pairam em frente ao espectador, oscilam entre o aberto e fechado. Somos confrontados pela vida macro nas suas pinturas de bosque e floresta densa – porém com uma ausência notória de habitantes, como animais que poderiam ser vistos na natureza microscópica retratada nos desenhos da artista que apresentam detalhes de flora e simultaneamente aludem a animais e insetos.”
– Tobi Maier
“Em nenhum caso se trata de reconstruir um lugar ou de reproduzir uma imagem prévia. Trata-se de exercer uma observação minuciosa da Natureza – o que Maria Capelo sempre fez. É a partir dessa observação que ela acrescenta e retira, reordena e altera; que estabelece um mundo independente das contingências da Natureza que observa. Maria Capelo não nos oferece estas imagens, obriga-nos a conquistá-las; obriga-nos a encontrar-lhes um lugar no mundo; a fazê-lo com a mesma intensidade como ela o faz; obriga-nos a situarmo-nos em relação a elas.”
–João Pinharanda
“Quer enquanto desenhadora, quer enquanto pintora, Maria Capelo consegue perceber o que a pele nos diz, de como uma concha, casca ou superfície exterior pode deixar entrever uma vida interior. E como um detalhe pode refletir uma totalidade mais ampla. Ela lê a paisagem como uma impressão da vida: cada declive ou pedra é a expressão de algo que aconteceu no passado.”
–Jurriaan Benschop