Catálogo da exposição R9F6PBRANCO, a partir de uma colaboração entre a artista Fernanda Fragateiro e o arquiteto Rui Mendes, e que decorreu no Pavilhão Branco entre 22 de junho e 1 de setembro de 2013. Juntamente com a documentação fotográfica das obras expostas, é transcrita uma conversa entre ambos os intervenientes e a Sara Antónia Matos, na qual abordam metodologias e reflexões em torno das obras e do branco.
“Sara Antónia Matos: (…) Pedi aos artistas que me conduzissem por entre o branco, fazendo-me uma visita guiada que permitisse desvendar a exposição. Nela o branco institui-se como um conceito e assume a condição de quase-objeto, apresentando-se como um ambiente ou uma massa espessa, próximo do tangível, que sentimos atravessar à medida que nele entramos. Esta espessura impalpável está relacionada com a natureza da intervenção. (…)
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Rui Mendes: Não partimos de um enunciado ou narrativa. Fomos ensaiando uma série de signos, testando um conjunto de materiais relacionados com a ideia de branco. Mais do que uma cor, o branco foi pensado como um conceito ligado ao despojamento e ao vazio – características do trabalho de ambos.
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Fernanda Fragateiro: Sim, há uma alusão abstrata a uma cor, mas também um código que remete para as iniciais do nosso nome, associadas ao número/lugar que as letras ocupam no alfabeto, acrescido do P de Pavilhão e rematando com a palavra Branco. A ideia para esta combinação surge da Villa E.1027 de Eileen Gray e Jean Badovici, em que o nome da casa é o resultado de um jogo com os dois nomes.”
– Sara Antónia Matos, Fernanda Fragateiro e Rui Mendes
