Esta publicação, com a coordenação de Tobi Maier, documenta a exposição Topografias Rurais que decorreu simultaneamente na Galeria Quadrum, entre 8 de dezembro de 2019 e 23 de fevereiro de 2020, e na Galeria Diferença, entre 8 de dezembro de 2019 e 8 de fevereiro de 2020, com obras de Alberto Carneiro, Ana Lupas, Lala Meredith-Vula e Claire de Santa Coloma. Contém textos de Tobi Maier, Irene Buarque, Catarina Rosendo, Bernardo Pinto de Almeida, Marina Lupas Collinet, uma entrevista a Lala Meredith-Vula, a transcrição de uma conversa com Claire de Santa Coloma, Catarina Rosendo e Tobi Maier, a reprodução de uma entrevista/ auto-retrato de Carneiro publicado originalmente numa brochura da Galeria Quadrum em 1979, assim como o percurso expositivo de Alberto Carneiro nas duas galerias em que decorreu a exposição.
“A sua [Alberto Carneiro] peça Operação estética em Vilar do Paraíso (1973) incitou-me a apresentar na Galeria Quadrum um grupo de três artistas em analogia com Alberto Carneiro. Gosto de pensar no seu trabalho como constituindo diferentes posições numa rede, posições interrelacionadas que chamam a atenção para preocupações ecológicas, potenciais significantes num discurso global que apela a ações (poéticas) sobre o ambiente natural.”
– Tobi Maier
“Nos seus [Alberto Carneiro] dinâmicos desenhos sentimos desde o leve registo do vento ao perfume das flores.”
– Irene Buarque
“Estas linhas visam, também, realçar a importância da memória na valorização do que, colectivemente, somos. Se todo o acto curatorial implica, na sua génese, a intenção de cuidar, todos quantos trabalhamos no meio artístico temos a nossa parte de responsabilidade no esforço continuado e colectivo de saber preservar o que, a cada momento, consideramos essencial para nos definir no presente.”
– Catarina Rosendo
“Trata-se então, no caso da obra de Carneiro, de induzir, por meio de cada obra, um encontro pela sensação de uma concepção global da escultura. Experiência através da qual se poderia aceder à reinvenção sensorial do corpo, tornado agora, graças a ela, no espaço aberto à compreensão poética do mundo envolvente.”
– Bernardo Pinto de Almeida
“Digo sempre que as madeiras chegam ao meu atelier de uma maneira ou de outra e acabo sempre por trabalhar as madeiras nativas de onde estou. Têm uma relação com as pessoas que vou conhecendo e o país onde vivo.”
– Claire de Santa Coloma
“Lupas identifica formas metalinguísticas da arte, a performance, a fim de alcançar uma articulação entre a poética da arte e uma experiência do mundo e a constituição do sujeito na época atual. O que é primordial não é o executante da ação (o Sujeito), mas a própria ação (o Verbo).”
– Marina Lupas Collinet
“Considero-me totalmente uma artista, pelo menos quando estou a fotografar as medas de feno. Abstraio-me e tento deixar-me levar pelas minhas emoções, procurando captar uma resposta emocional ao meu encontro com as medas.”
– Lala Meredith-Vula