– 01.03.2015
Sábado e Domingo: 14h - 18h
Uma estrutura para ideias e pensamento. Uma grelha. Uma página composta por pequenos quadrados. Um espaço onde tudo tem o seu lugar – uma folha onde um quadrado é a representação de uma coisa, e o quadrado seguinte a representação de outra.
Autoridade e ficção. Um conjunto rígido de relações, posturas fixas e responsabilidades no processo de trabalho e consumo:
produtor − criador 1. – ∞. − consumidor.
Consciente. Uma organização do compreensível, daquilo que é lembrado, do conhecido e do aparentemente familiar. Um nível que permite o conhecimento, o reconhecimento e a estrutura.
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A estrutura tem sido substituída por uma “paisagem mental”, pelo imediatismo, intuição, reação, diálogo, processo e caos. Autoridade substituída por um conjunto de papéis, relações e posicionamentos em permanente mudança. As ideias desenvolvem-se como resultado de um processo imediato e interminável. O próprio significado permanece num fluxo constante, cobrindo, assim, os contornos geométricos da grelha e permitindo novas entradas e saídas.
Uma linguagem curatorial convencional baseada na classificação, categorização, divisão e racionalização (uma fórmula, por outras palavras), característica da leitura de uma exposição, tem sido substituída pelo poético, o intuitivo, o performativo e o espacial. Ilhas narrativas surgem através das transparências de uma obra, permitindo a materialização de outra. Um conjunto interminável de relações, abstração, “pluralidade” e a rejeição da sintaxe e de interpretações universais. Afinal, todas as ideias verdes incolores dormem furiosamente.
Markéta Stará Condeixa, curadora
– 01.03.2015
Sábado e Domingo: 14h - 18h