Reencontro ao vivo da nova guarda do jazz nacional, cada um vindo do seu caminho entretanto cruzado, personificando uma revitalização plena de autenticidade, talento e persistência no trabalho para perseguir “o que não tem remédio, nem nunca terá, o que não tem receita”.
O saxofonista Ricardo Toscano começou cedo por influência do pai a sua ligação à música e aos 8 anos iniciava-se no clarinete numa banda filarmónica. Escutou e estudou muito adolescência adentro e foi ganhando fama como promessa de futuro, inclusive premiada; em 2011 formou o Ricardo Toscano 4teto com André Santos, João Hasselberg e João Pereira, grupo que ganhou a 25ª edição do Prémio Jovens Músicos na categoria de Jazz. Colaborou com artistas como Fafá de Belém, Carlos do Carmo, Camané, Rui Veloso, António Zambujo ou Carminho, e em 2018 liderando renovada formação, então já com 5 anos de trabalho conjunto, lança finalmente o seu primeiro disco “Ricardo Toscano Quartet” na Clean Feed, gravando 5 originais seus e uma versão de “The Sorcerer” de Herbie Hancock.
O baterista Gabriel Ferrandini nasceu em Monterey, na Califórnia, filho de pai português natural de Moçambique, mas emigrado para o Brasil com apenas 2 anos de idade, e de mãe brasileira com ascendência italiana que foi viver para os Estados Unidos com 16 anos. Na tuga desde os 9, afirmou-se como um músico incontornável ao longo da última década, a partir do ecossistema do jazz e da música improvisada e a escola dos dias da Trem Azul e Clean Feed, integrando dois grupos fulgurantemente internacionalizados, RED Trio e Rodrigo Amado Motion Trio. Daí abraçou iniciar trabalho de composição numa residência na Galeria Zé dos Bois em 2016 – que desaguou no celebrado “Volúpias” lançado o ano passado – e mais uns passos à frente estava edificando espectáculos como o solo “Tudo Bumbo” no Teatro Maria Matos e “Rosa.Espinho.Dureza” na última BoCA Bienal.
Depois de passar os seus tempos a ouvir soundtracks de videojogos como Mario Kart 64, Spirit of Mana, e o Mother Earth’s Plantasia de Mort Garson, absorvendo toda a sua paixão por sintetizadores, Co$tanza atirou-se de cabeça à produção midi e o resultado é o disco “Linha Verde”: a fascinante ode musical à linha do metro de Lisboa com o mesmo nome que lançou com o apoio da promotora Maternidade no final de 2019. O disco tem 13 músicas, cada uma com o nome da sua correspondente estação, e acompanha o ouvinte na viagem que começa em Telheiras e acaba no Cais do Sodré. Cada música é única e não só retrata a maneira como o produtor percepciona cada paragem do metro como pretende evocar a entrada para um universo pessoal e introspectivo de quem as ouve. Ao vivo nesta ocasião irá reunir um ensemble de músicos de computador, baptizada de Post MODEM Orchestra, que irá dirigir qual maestro guiando a música e a sua interpretação ao longo dos temas / movimentos.
Ricardo Toscano & Gabriel Ferrandini ao vivo – https://youtu.be/_hcsL642T88
Co$tanza “Linha Verde” (2019, Discos Volta e Meia) – https://www.youtube.com/watch?v=Ugj9vqIifhs&t=45s
Este evento respeita as medidas preventivas Covid-19 em vigor.