CASA

Manuel João Vieira

Catálogo da exposição CASA, uma instalação de Manuel João Vieira, que decorreu no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional entre 21 de fevereiro e 14 de abril de 2013. Inclui documentação fotográfica da instalação e do ateliê do artista, um texto de Mirian Tavares, uma entrevista a Manuel João Vieira conduzida por Pedro Cabral Santo, e ainda o percurso expositivo do artista até à data da publicação.

“Quem conhece a obra de Manuel Vieira sabe que a sua linguagem é múltipla. Não apenas porque é um homem de muitos instrumentos, literalmente, mas porque usa diversos suportes, diversas maneiras de dizer, com maestria, eis minha obra. Se a casa é o reflexo da pessoa que nela habita e se a arte é um retrato do seu criador, poderíamos dizer que a casa que temos à nossa frente é o Manuel Vieira. Mas, como todo o artista, uma das suas artimanhas é a de dizer mais ou menos de si mesmo. De inventar e re-inventar-se. Afinal, a arte não é um espelho do mundo, mas a sua reinvenção.”
– Mirian Tavares

“Pedro Cabral Santo: Existe no seu trabalho, em geral, uma necessidade em deixar visível a natureza física das marcas do medium. Na verdade, por vezes, a sua Arte, nas diversas vertentes, parece ser, em termos poéticos, a promoção daquilo que é do fórum material (físico) da Representação, mas que verdadeiramente também não o quer ser. É um pouco como a natureza da representação da matéria presente na pintura de Francis Bacon, “uma pedra pintada é uma pedra, embora não pareça”. Quais os limites da sua Arte, e o que pretende?

Manuel Vieira: Por vezes, quando um efeito dessa natureza assume uma importância autónoma, tenho dificuldade na resolução do conflito que pode daí resultar na sua articulação com o todo. Para mim os materiais são coisas fascinantes em si e que se transformam até ao ponto em que quisermos naquilo que queremos representar. A franqueza do processo interessa-me como recurso e, simultaneaente, como comentário ao próprio discurso.”
– Pedro Cabral Santo, Manuel João Vieira

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